segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Hotel Palestine, o alvo de Bush.

Nero incendiou Roma. Enquanto a cidade queimava, ele tocava lira. Era doido.  Osama Bin Laden mandou e George W. Bush obedeceu, incendiando o mundo, destruindo a reputação de uma nação, matando milhares de inocentes, usando a mentira para justificar uma ação inconcebível. Enquanto os Estados Unidos se destruíam de graça, Bin Laden aplaudia. Ele conseguiu afundar uma nação poderosa em dívida e em um poço moral sem fundo.  Em uma das conversas de Bin Laden ele dizia “Vamos falir os Estados Unidos”. O Bush aceitou prontamente.


Tenho para mim que o rosto do Bush pai na recepção do hotel Palestine, em Bagdá, foi de fato a razão da “birrinha” do Bush filho, que deve ter ouvido do pai o pedido/ordem para que tirassem essa vergonha da família. O Saddam Hussein era um cara criativo, além de psicopata, lógico, mandou estender um tapete enorme na recepção do principal hotel de Bagdá depois da Guerra do Golfo. Todo mundo “pisava na cara do homem”. Claro que o Bush, como filho devoto, foi lá tirar o tapete e resolver outras questões também. 11 de Setembro não tinha nada a ver com o Iraque, como todos sabemos.
Mas, atendo-se à questão humana dos atores desses episódios, e deixando de lado as razões comerciais, tudo isso parece guerrinha de criança. Um bate, o outro revida. O Bin Laden bateu, o Bush revidou. Essa analogia foi reforçada por Richard Clarke, que foi o chefe da segurança antiterrorista de quatro presidentes dos EUA (Reagan, Bush pai, Clinton e Bush filho). Ele chegou a fazer a analogia que o Bush é como uma criança que chega à escola nova e na primeira semana apanha de um aluno. Então ele revida aquela agressão, mas estende a agressão a outros valentões da escola, para impor o medo o e o respeito. Ele obviamente estava falando dos 8 meses de governo Bush, e a invasão do Iraque  apenas para mostrar ao mundo que era durão. Ele fez tudo isso no Oriente Médio para mostrar que com os EUA não se mete. Errou feio.  Fortaleceu o Irã, que deveria ser invadido e destroçado, não o povo, mas o psicopata instalado no poder.

Os próprios agentes americanos e várias alas do governo foram contra a invasão. Mas Bush, desconsiderando tudo ao seu redor, fez prevalecer sua birrinha e os interesses americanos. O resultado: 100 mil iraquianos mortos, torturados, muitas execuções, milhares de famílias destruídas, inclusive as de soldados americanos, trilhões de dólares gastos e um país questionado até em sua capacidade de honrar compromissos, tendo um terrível desvio de conduta e distorção de valores ao torturar, matar, mentir, forjar. Os EUA eram um exemplo para o mundo inteiro. Bin Laden conseguiu o que queria: destruir a capacidade econômica dos Estados Unidos.  Ele apostou exatamente na arrogância dos americanos, que se achavam invencíveis e inatingíveis. O mundo poderia ter tomado outro rumo. Os americanos poderiam estar muito melhores hoje, se não tivessem permitido a insanidade da guerra desnecessária. O problema são as armadilhas que os povos acabam caindo. Quando uma nação está debilitada, é fácil se aproveitar e manipular as massas. Exemplo claro é a Alemanha da década de 1920. Todos sabem do resultado. A história se repete sempre. Dez anos depois daquela manhã de sol em NY, estamos aqui revivendo tudo.  É muito forte e recente ainda. São muitas as lições tiradas dessa tragédia que afetou e afeta a todos nós.
Acompanhei intensamente  a programação nesses últimos dias sobre o 11 de setembro. Ouvi várias coisas sensatas, mas algumas se destacaram para mim: Príncipe Charles, a importância do perdão. Papa Bento XVI, resista a tentação do ódio e da vingança. Barack Obama, Deus é nosso refúgio e fortaleza. Ele está conosco (Salmo 46).
Todos os dias temos decisões a serem tomadas, pequenas ou grandes, não importa. Essas decisões afetam pessoas, afetam a nós mesmos e, como uma semente que é plantada, inevitavelmente nascerá. Os frutos são eternos. Por que não pensarmos mais no dia a dia para viver melhor? Acolher é sempre melhor que reprimir e adestrar. Perdoar é melhor que se vingar. Pensar e ouvir conselhos é melhor que agir por impulso. Ansiamos por tempos de paz e tranquilidade.

                                                                                  Jairo Brito