segunda-feira, 16 de julho de 2012

The Office - Como chefes não devem agir!

A série The Office, transmitida pelo canal Fox no Brasil, gira em torno da rotina dos funcionários da filial da fábrica de papel "Dunder Mifflin", em Scranton, na Pensilvânia. Não por acaso, trata-se de uma comédia e tanto. Cada personagem representa, de forma hilária, arquétipos típicos de profissionais encontrados nos ambientes de trabalho e, juntos, formam uma tremenda baderna corporativa ao terem de se relacionar diariamente enquanto cumprem seus objetivos de trabalho.






A equipe é comandada por Michael Scott (Steve Carell), um tipo de chefe que provavelmente ninguém gostaria de ter – e, talvez, nem de ser. Solteiro e brincalhão, ele acredita piamente ser o homem mais bonito do escritório, o mais engraçado e inteligente, além do melhor amigo de seus funcionários. Falta apenas fazer com que sua equipe acredite em tudo isso.

“Scott é o exemplo de um gestor ultrapassado, aquilo que um líder não deve ser”, afirma Gilberto Cavicchioli, professor do Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM. Por que ele é um chefe ruim? Porque comete os seguintes equívocos:
Forçar amizades
No ambiente corporativo, onde passam várias horas por dia, as pessoas têm grandes chances de encontrar amigos verdadeiros, criar laços de afeto estendidos para além da empresa. Mas é inocente pensar que todos serão amigos – ainda mais quando se está na posição de chefe.
“As pessoas podem achar que há interesse do gestor em estreitar as relações com seus pares para buscar aliados e não amigos”, diz o professor. “É importante, então, que ele se conheça o bastante para saber o que esperar das pessoas e com quem pode contar fora dali”.
Ao contrário, Michael passa boa parte do tempo se esforçando para agradar seus funcionários, fazê-los rir, chamar atenção. Quando percebe que não é amigo de todos, como imagina, fica triste e se sente solitário. “É importante que os funcionários sintam segurança na maneira como ele exerce seu papel na empresa e não fora dela”, afirma Cavicchioli.
Não saber dar notícias ruins
No episódio em que Michael precisa avisar a todos que naquele ano não haverá bônus, o gerente se vê numa saia justa, já que não consegue dar notícias ruins aos subordinados, com medo da reação negativa deles. Resolve de uma maneira simples: repassa a missão. “Assumir a postura de bom moço, sem saber falar não é antiquado e mostra até uma preocupação exagerada do líder com sua vaidade”, afirma o professor. “Afinal de contas, ele quer que seus pares o admirem, não quer ficar mal na foto e demonstrar insegurança”.
Dar má notícia aos funcionários é uma das funções dos gestores - o que exige uma boa dose de preparo. Com bons argumentos e respostas às supostas questões envolvidas no assunto, ele terá confiança o bastante para transmitir o recado sem medo.
Se achar o provedor
“Eles dependem de mim, suas famílias dependem de mim”, diz Michael em uma das cenas, como quem dá uma justificativa para um esforço e uma idolatria para o cargo.
“Está fora de moda o paternalismo, o gestor paizão, preocupado pelo bem estar dos funcionários”, diz o professor. “A ideia tem muitas vezes um efeito inverso: é vista como um sinal de fraqueza, de tentativa de manipulação das pessoas, ansiosas em ter autonomia e serem reconhecidas pelos seus talentos individuais dentro do grupo”. 
Não respeitar os superiores
Em alguns episódios, Scott mostra uma dificuldade tremenda em acatar as ordens de seus superiores. O gerente já evitou retornar ligações, deixou de lado diretrizes, fez que esqueceu de dar treinamentos ou os deu à sua maneira ao longo da série.
Dessa maneira, Scott só perde pontos com os funcionários – e seus chefes. Isso porque o lema “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” não funciona no ambiente corporativo. “Com o tempo, um líder assim começa a receber de seus pares o mesmo tratamento que ele dá aos seus superiores”, afirma o professor.
Cair em contradições
Uma hora é para todos venderem. Em outra, é para todos se ocuparem apenas de pensar em como abafar alguma situação vergonhosa em que o próprio gestor se meteu. Como pessoas só se deixam ser lideradas por outras que lhes passem confiança e, principalmente, saibam em que direção seguir, um líder assim não tem como se dar bem. 
“Ele tem de deixar claro como e onde todos têm de chegar e qual o papel e meta de cada um dentro desse objetivo comum. Se o chefe não for claro, a meta também não fica clara para os funcionários e a chance de todos fracassarem é maior”, diz Cavicioli.

Não saber dar (nem receber) feedback
Scott tem absoluta convicção de que ele é um perfeito gestor tanto quanto ele foi um ótimo vendedor no passado – fato que o faz subir de cargo. Acontece que, por se achar sem defeito, ele apenas enxerga as deficiências de seus pares e muitas vezes até duvida que eles sejam bons em alguma coisa.
O resultado só pode ser feedbacks (apenas) negativos aos subordinados e uma dificuldade imensa de admitir quando eles fazem um bom trabalho, sem atribuir essa vitória a ele mesmo. “Dar feedback é uma das mais importantes e difíceis missões de um gestor”, afirma Gilberto.
Se para Scott admitir as bem sucedidas ações dos subordinados já é um parto, imagine admitir que tem funcionários melhores do que ele mesmo. “Para o personagem isso é uma tortura, mas na vida real se rodear de pessoas mais competentes é a melhor estratégia que um gestor pode seguir”, diz o professor. Cercado de profissionais competentes o líder tem mais tempo para fazer seu trabalho, incluindo o de desenvolver outras pessoas.
Fazer reuniões desnecessárias
“Todos para a sala de reunião”, é uma das frases mais ditas por Michael Scott na série. Os motivos são os mais variados possíveis: colher sugestões de ideias, definir novas estratégias de vendas, definir qual bolo de aniversário será comprado naquele mês, como o gerente pode superar o fora de uma namorada e etc.
“Reuniões desnecessárias tiram a concentração dos funcionários no que realmente importa, além de que os confunde sobre o que realmente a empresa espera que façam”, diz Gilberto. Seria mais produtivo se Scott separasse o tempo gasto nos encontros para prestar atenção nas habilidades e deficiências de seus subordinados e pensar como ajudá-los a melhorar – isso, de fato, é a função de um bom líder.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Empresa implementa programa "Dia sem email"


Você já ouviu falar na Chemtech? Nos últimos anos essa empresa tem tido destaque em quase todos os fóruns de boas empresas para se trabalhar, e um dos principais motivos tem sido sua regular ousadia em implementar programas pioneiros e inovadores. Fiquei sabendo da novidade que conto abaixo através de uma matéria publicada no jornal O Globo semanas atrás.
A Chemtech implantou há 3 meses um programa chamado “Dia sem email” que acontece na última sexta-feira de cada mês. O programa só vale para emails internos, ou seja, emails externos para clientes e parceiros de negócios continuam sendo enviados e recebidos nessa sexta-feira especial.
O ” Dia sem email” acontece através de um bloqueio tecnológico, o que significa que é o próprio sistema que inibe o envio de emails internos, não existe dependência da iniciativa dos funcionários, e vale para todos: do presidente ao funcionário mais humilde na organização.
Na entrevista que li, o gerente de TI da Chemtech disse o seguinte: “Queremos mudar essa cultura de usar o email porque é o mais fácil a se fazer. Nem sempre é a forma de comunicação mais eficaz. Muitas vezes, o melhor jeito é falar ao telefone, ou marcar uma reunião para conversar frente a frente”.
Para todos nós que trabalhamos em grandes empresas, fica evidente que o email se tornou um estorvo em nossas vidas. Infelizmente, muitos de nossos colegas de trabalho usam o email como um meio de se livrar de um problema ou ganhar tempo. O email nas empresas oscila constantemente entre os extremos da produtividade e da improdutividade total. Não é razoável termos todos os dias mais de uma centena de emails para ler e tratar. As empresas precisam implementar iniciativas inteligentes (ou não!!) para diminuir essa bola de neve crescente.
A matéria diz que a experiência da Cemtech tem sido positiva. Depois dos dois primeiros meses foi feita uma pesquisa para medir o retorno da medida e os funcionários deram feedback positivo, além de apresentarem propostas para melhorar o programa, como por exemplo a criação de filtros para permitir copiar um colega quando ocorrer o envio de um email para alguém de fora.
Infelizmente eu não conheço ninguém da Chemtech e não encontrei nenhum comentário sobre isso na web. Tenho muita curiosidade de saber como os funcionários estão lidando com isso, se realmente eles acreditam e valorizam a medida, qual tem sido o real impacto no trabalho, se já existe algum benefício tangível e se houve evidente aumento do espírito de time ou melhoria do clima. Enfim, tenho que confessar que gostei da ousadia da empresa em implementar tal programa, mas tenho dúvidas dos benefícios e impactos.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Aproveite o Tempo para Ser Estratégico


CIOs de sucesso compartilharam suas técnicas para aproveitar o tempo para pensar estrategicamente.




Seu dia já está abarrotado e a longo prazo. No entanto, cada comentarista diz que você precisa ser mais estratégico. Como encontrar tempo para pensar estrategicamente sobre o posicionamento de sua empresa para ganhar e sustentar uma vantagem competitiva?
Em reunião recente da Sociedade para a Gestão da Informação do Advanced Practices Council (APC), CIOs de sucesso compartilharam suas técnicas para aproveitar o tempo para pensar estrategicamente.


Faça disso um hábito



Dois membros da APC reservam um tempo livre em suas agendas: um após o horário comercial e outro antes do horário comercial - para o pensamento estratégico. Outra novidade é a inclusão do trabalho externo na agenda, pelo menos um dia por semana, para evitar ser surpreendido em questões táticas.
Um deles usa seu tempo em uma aula programada de gestão para se perguntar questões estratégicas, tais como, "O que eu perdi?"

Encontre colegas

Muitos CIOs patrocinam a formação de Câmaras de TI para incentivar o pensamento estratégico entre os gerentes de TI e, em alguns casos, todo o pessoal de TI.
Adrian Gardner, CIO do NASA Goddard Space Flight Center, procura ideias de pensadores estratégicos e faz questão de incluir o pessoal com menos de dois anos de mandato nas sessões de estratégia de TI.
Steve Heilenman, CIO da Computer Aid, mantém um programa semanal Inovação, àssextas-feira, para o qual convida um grupo de "pensadores loucos e depravados", rotativo.
Outras técnicas são:
1 - Marcar três reuniões por semana com colegas de fora para aprender o que eles estão pensando.
2 - Leve os líderes empresariais para jantar fora regularmente para ouvir suas ideias e aprender sobre seus pontos críticos. E não esqueça  da "lista de cerveja" - ideias para o futuro que são exploradas no bar.


Procure perspectivas fora



Participe de reuniões da associação com grandes oradores e cultive relacionamentos com CIOs que já se destacaram pelo "pensamento estratégico". Vários membros da APC enfatizam também o valor da conexão com empresas de capital de risco.


Simon Gauthier, CIO do Banco Interamericano de Desenvolvimento, envolve um professor da Universidade Georgetown como facilitador de seus encontros trimestrais de estratégia com sua equipe para garantir que eles conheçam as perspectivas de mercado.

Junte tudo

Lembre-se:


Em primeiro lugar, adote as práticas que se ajustem à sua personalidade e ao seu estilo de vida. Se o pensamento por si só não funciona para a sua personalidade extrovertida, não lute contra ele.
Segundo: você não pode ter todas as respostas estratégicas. Recrute uma ampla rede de insiders e outsiders para fornecer novos insights - e desafiar o seu pensamento.
Terceiro: encontre maneiras para empurrar-se para fora de sua zona de conforto.

(*) Madeline Weiss é diretora da Sociedade para a Gestão da Informação do Conselho avançada Práticas (APC).  Drewry junho é o ex-CIO da Chubb e um conselheiro contribuindo para a APC.