segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Recomeçar - Inspiração e Força de Vontade


Empresário faturava R$ 50 milhões, mas perdeu tudo em incêndio e precisou recomeçar




Superação marca a história de empresário vietnamita que criou marca de sandálias no Brasil


O vietnamita Thái Quang Nghiã, dono da Goóc Eco Sandal, linha de sandálias com solado feito de borracha de pneus reciclados, tem sua trajetória de vida marcada pela superação. Em busca de liberdade fugiu do regime comunista usando um barco de pesca. Era 1979 e ele tinha 20 anos. Depois de passar quatro dias à deriva, foi resgatado em alto mar por um petroleiro da Petrobrás.

Acolhido pelo Brasil, foi naturalizado e veio morar em São Paulo. “Eu me sentia como se fosse cego, surdo e mudo porque não falava português e não sabia onde estava, ou para onde ir.” Durante o primeiro ano, Nghiã viveu num abrigo instalado no Glicério, mantido pela Igreja Católica. Ele conta que não existia dicionário vietnamita-português, então criou um. “Em um ano, já continha 17 mil verbetes. Depois, cheguei a 25 mil.”

Além da dificuldade de comunicação, ele não possuía qualificação, o que aumentava sua dificuldade para arrumar um trabalho. “Obtive capacitação em cursos gratuitos oferecidos pelo Senai e Senac. Assim, consegui trabalho como operador de computador em um banco, e deixei o abrigo.”

Em 1983, Nghiã entrou na Universidade de São Paulo (USP), para cursar matemática. “Em 1986 eu continuava no banco e havia emprestado dinheiro para uma amiga, fabricante de bolsas ‘de fundo de quintal’. Mas veio o Plano Cruzado e ela quebrou.” A forma que a amiga encontrou para quitar parte da dívida foi repassar para ele as máquinas e o estoque de bolsas. “Fui para bairros da periferia vender as bolsas. Em 15 dias vendi todas.”

Com a experiência, Nghiã percebeu que ganharia mais dinheiro vendendo bolsas do que trabalhando no banco. “Deixei o trabalho e comecei a fabricar bolsas de plástico, lona e jeans. Essa foi a minha porta de entrada para o mundo dos negócios.” 

A inspiração para criar as sandálias veio da história de seu país. “Em 2003, fui passar 60 dias no Vietnã e vi imagens de vietcongues, que lutaram contra os americanos na guerra do Vietnã. Notei que eles não usavam botas e sim pneus cortados e amarrados com tiras de borracha, para mim isso simbolizou resistência e luta.”

De volta ao Brasil, criou a marca Goóc Eco Sandal. Rapidamente, o produto se espalhou pelo mundo, sendo comercializado em vários países da Europa, Estados Unidos e Japão. No primeiro ano, foram vendidos 700 mil pares. Em 2010, seu faturamento ultrapassou R$ 50 milhões. Mas, em setembro de 2011 a fábrica situada em Brotas pegou fogo. “Perdi tudo. Desde o estoque de produtos e máquinas, até os clientes, porque não pude cumprir os prazos de entrega.”

Era hora de recomeçar novamente e Nghiã decidiu terceirizar a fabricação, que hoje ocorre na cidade de Franca, no interior de São Paulo. “Passei nossa tecnologia e know-how para eles e ganhei mais tempo para criar os modelos, dando mais agilidade aos negócios.” Atualmente, ele mantém escritório em São Matheus, na zona leste da capital, onde administra as áreas de criação, design, divulgação e comercialização. 

“Hoje, 15 meses depois do incêndio, produzimos 120 mil pares por mês e exportamos para a França. Aos poucos estamos recuperando os clientes.” 

Segundo ele, seu grande sonho é mostrar para o mundo que o Brasil tem tecnologia para transformar pneu em borracha que vira sandália. “Já reciclamos mais de 3 milhões de pneus e podemos incentivar outros países a fazer o mesmo.” 

Animado com sua leitura atual, Nghiã recomenda para quem quer empreender, que leia o livro “Startup Enxuta”, de Eric Ries. “Estou gostando muito. Ele ensina como desenvolver o cliente e como modelar a estrutura conforme o negócio cresce.”

Fonte: http://pme.estadao.com.br/noticias/noticias%2cempresario-faturava-r-50-milhoes--mas-perdeu-tudo-em-incendio-e-precisou-recomecar%2c2528%2c0.htm

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Por que é bom ser generoso?

Sim, dividir a experiência e o conhecimento é quase sempre sinônimo de construir valor




A poetisa goiana Cora Coralina (1889-1985) dizia que feliz é a pessoa que divide o que aprende e sabe com os que estão ao seu lado. Sábias palavras, vindas de uma mulher muito simples e muito elegante também. O ato de compartilhar é uma gentileza. Há uns bons anos li uma notinha numa revista feminina que dizia que a gentileza faz bem à saúde. A nota informava que um cardiologista americano estudou as reações que os atos de generosidade e gentileza provocavam em nosso corpo. Segundo o estudo, todas as vezes que você é gentil com outra pessoa, uma reação interna faz com que você desacelere todos os seus órgãos e, dessa maneira, proteja seu coração dos males do estresse.

O profissional que, além de polido, é generoso faz um bem enorme a si mesmo e à própria carreira. Ao compartilhar seus conhecimentos e sua experiência, o generoso tende a ganhar a admiração e o respeito de seus pares e subordinados. Afinal, quem de nós não quer estar perto de uma pessoa genuinamente generosa, que joga limpo sempre e que o tempo todo divide com o time aquilo que sabe? Tendo a equipe ao seu lado, as chances de o generoso obter bons resultados aumentam.

Que delícia é ser parceiro de um líder ou de um colega que vibra de forma verdadeira a cada conquista nossa e a cada passo dado que nos deixa mais perto do sucesso. O ser humano generoso compreende que, quanto mais ele divide o que sabe com os que o rodeiam, mais ele agrega aos outros e, da mesma forma, mais ele cria possibilidades de expandir sua sabedoria, sua expertise e seu conhecimento também. Aquele que costuma agir de maneira contrária, temeroso por levar a pecha de bonzinho ou de bobão, precisa rever conceitos: dividir na vida profissional é quase sempre sinônimo de somar. Não tema que outros levem os louros da glória em seu lugar — os parceiros generosos sempre se lembram de mencionar seus mentores ou sua fonte de inspiração para o sucesso.

Os mesquinhos que não agem assim em pouco tempo despencam das alturas, pois, à medida que as pessoas percebem aproveitadores ao seu redor, tratam de se relacionar com eles de outra maneira, quase sempre numa distância polida que os coloca no lugar que pessoas assim merecem ocupar.

Fonte: http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/artigos-celia-leao-bom-ser-generoso-725783.shtml?utm_source=redesabril_vocesa&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_vocesa