Período pede atitude precisa de liderança e executivos de TI têm em mãos informações e estilo que podem render contribuições valiosas às corporações
Em recente evento que antecede os debates a serem realizados durante o Ciab, a participação do líder de pesquisas do Gartner no Brasil, Cassio Dreyfuss, serviu para provocar os líderes de TI. Embora, na ocasião, ele tivesse preparado algo para os CIOs do setor financeiro, os aconselhamentos se aplicam aos gestores de qualquer segmento econômico. As companhias vivenciam um ambiente de alta complexidade que, no caso do Brasil, mistura: crescimento econômico, incorporações, fusões, ou seja, um ambiente com informações e forças variáveis que pedem análise minuciosa.
Ter tempo para avaliar cada pilar é praticamente impossível, assim, é preciso escolher bem e seguir um plano de execução. Soma-se a todas às variáveis, movimentos tecnológicos como cloud, mobilidade e a tão falada socialização das empresas que, juntos, convertem-se em ferramentas interessantes para que o CIO possa assumir a liderança de algumas iniciativas.
Definitivamente, o que o CIO tem a oferecer às empresas? Dreyfuss não titubeia ao dizer: arquitetura de informação, redes de processos de negócio e infraestrutura de operações. “Ele tem isso e pode assumir a liderança nessas horas”, afirma. Assim, o especialista apontou três áreas onde os gestores de TI podem fazer a diferença ao lançar uso do ferramental que já possui. Confira:
Custo
Aqui, Dreyfuss frisa que o foco não está no corte, como muitos tendem a encarar iniciativas envolvendo custo. “Administre, há iniciativas de todos os tipos, o que é mais efetivo do ponto de vista do negócio.” O líder do Gartner entende que o gestor de TI tem munição para encontrar um equilíbrio em preço, desempenho, valor para o negócio e riscos.
Inovação
“Trata-se de um processo empresarial, não é algo que acontece nas entranhas da TI, só acontece quando empresa adota nova maneira de fazer as coisas apoiada nas iniciativas de tecnologia”, ensina, trazendo a velha discussão de que o CIO não pode ficar fechado em um silo, ou mesmo se achando o único ser capaz de inovar. Para Dreyfuss, o executivo de TI pode contribuir para equilibrar a abordagem de descoberta da TI com o avanço da empresa. “Foque no objetivo e no processo, use a colaboração e desenvolva processos”, aconselha.
Mudança
Como lembra Dreyfuss, tudo exige mudança. “Publicamos um relatório propondo que o CIO também é qualificado para liderar o processo de mudança empresarial, ele equilibra exigência de mudança, pressão, com desejo natural por estabilidade”, analisa.
“Esses são três exemplos de como o CIO pode ser líder de iniciativas empresariais. Tecnicamente, o CIO tem isso e pode liderar, sabe gerir projetos e programa, conhece processo, informação e infraestrutura, e, o mais importante, é a capacidade de juntar pessoas diferentes para trabalhar de forma colaborativa na solução de problemas, essa é a grande contribuição que a TI pode dar”, teoriza.
Onde melhorar?
Apesar de toda a confiança depositada nos executivos de TI, Dreyfuss sabe que isso não é tarefa fácil e avisa que, de forma geral, o CIO precisa evoluir num ponto que é essencial, sobretudo, nesse momento de mudança acelerada pelo qual passa o ambiente empresarial: visão estratégica.
“Os presidentes reclamam da visão de negócio dos gestores de TI. Um segundo ponto necessário é acostumar-se com visão de negócio de avaliar risco contra cultura da organização e levar para frente iniciativas”, avisa. Assim, ele conclui dizendo que o CIO precisa adquiri capacidade de comunicação e marketing, ao entender que, em geral, o profissional de TI tem deficiência de comunicação e “acha que solução técnica comunica sua beleza. Para se tornar líder empresarial de fato, precisa sair da caixa de tecnólogo e se voltar às pessoas, liderar grupos e gerir problemas”.
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